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Na manhã desta quinta-feira, 7 de maio, Benilda Brito, uma das maiores referências na luta antirracista no Brasil, encantou a plateia do 13º Congresso GIFE, em Fortaleza, com sua participação no painel “A Escuta do Território Como Vetor Democrático de Transformação Social”. Com um currículo que inclui a autoria de livros, a liderança do coletivo de mulheres negras N’zinga e a presidência da consultoria afrocentrada Múcua, Benilda trouxe à tona a necessidade de uma filantropia antirracista e o papel das comunidades na construção de soluções para as desigualdades sociais.

“Parem de nos dar cursos sobre como bordar panos de prato ou técnicas para fazer sabonetes. A filantropia precisa pensar que a gente não serve apenas para receber dinheiro. Nós também sabemos fazer dinheiro”, proferiu, recebendo aplausos calorosos. A explicação de que os negros já sabiam negociar com o uso búzios, antes mesmo da invenção da moeda no velho continente, foi outra mensagem que despertou empatia dos participantes do evento.

Vestida de amarelo, a palestrante contou que a escolha da cor tinha uma ligação simbólica com Oxum, orixá feminina das religiões de matriz africana, que rege os rios, as cachoeiras e o ouro. A identidade espiritual foi reforçada com a menção a Oxossi, o caçador que busca seu alvo com determinação, do mesmo modo que os negros miram  um País com mais justiça social. Sua fala trouxe ainda o termo “afrofuturismo” – conceito que ela descreveu como a possibilidade de pessoas negras viverem com dignidade, sem medo, com acesso e sem fome. 

Ao falar sobre a importância de os territórios serem ouvidos pelo Investimento Social Privado, afirmou com firmeza que os quilombos, as favelas e as aldeias já têm suas próprias soluções. “Ouvir é um ato político, mas ignorar nossas vozes também é um ato político. Não existe neutralidade diante dos racismos”, disse, sublinhando que o racismo não é um fenômeno único, mas multifacetado.

“Uso a palavra racismos no plural, porque falo do racismo climático, do racismo religioso, do racismo ambiental, do racismo institucional e do racismo escolar.” Para ela, quando essas violências recaem sobre um grupo com características raciais comuns, não são coincidências, mas parte de um projeto maior de manutenção das desigualdades.

Sua participação foi concluída com a metáfora da linha e da agulha, reforçando a importância de construir uma estrutura sólida para fortalecer a luta das futuras gerações. “A agulha, que é mais forte por ser um metal, vai na frente furando o tecido, abrindo caminhos; a linha vem atrás, fazendo o caminho traçado pelo metal. Eu sou agulha na minha trajetória, e reconheço essa responsabilidade. Houve pontos frouxos, outros mais fortes, uns largos, outros mais curtos. Mas o mais importante é a estrutura que estamos deixando.”

(Adriana Silva para o ONG NEWS)